quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Chiclete para os olhos

Dias sem televisão – que maravilha! Libertação do meio de comunicação mais alienante. Parece até uma manipulação. Nos situamos diante da programação desta caixa preta e nem precisamos olhar para o relógio para sabermos a hora, ela nos guia dia e noite sem nos darmos conta. Mas quando paramos e ficamos sem ela – que coisa estranha!
Há quem ache uma libertação, assim como eu. No entanto, outros devem se ver perdidos, sem suas orientadoras diárias. Mas até eu que vejo pelo lado bom não ter uma televisão, às vezes me sinto fora do ar, sem aquele cofre que abre as portas do mundo sem sairmos e sem precisarmos de filas e senhas. Deve ser questão de costume e de educação também. Claro que existem outras formas de se informar, só estamos viciados com a comodidade e a facilidade de pararmos na frente da caixinha preta, apertar o botão “ligar” e: senhoras e senhores, bem vindos a bordo! Temos inúmeras programações para acorrentar vossas pessoas no sofá.
Mas é claro também que a televisão não é monstro, nem vai nos aprisionar em calabouços à base de pão e água. Na programação não só passam coisas ruins. O vilão muitas vezes pode ser o mocinho que informa de uma maneira comprometida com seu telespectador ou que produz um programa que traga cultura, boa música e educação. Cabe a nós selecionar aquilo que vamos assistir, depende do nosso senso crítico para isso. Não percamos nossa sensibilidade e uma boa dose de seletividade ao pararmos na frente da TV, isso nos tornará menos alienados, garanto!
Acontece o mesmo com a internet, se pararmos para analisar. Uma rede sem fim de informação que na maioria das vezes é usada de maneira inadequada, sem educação. A maioria das pessoas ainda consegue viver sem internet, o que não acontece muito com a televisão, porém, a cada dia o número de pessoas que acessam a rede cresce mais. E como a TV, o que não falta é entretenimento.
Mas como estamos acostumados a muito ouvir, o segredo é saber selecionar, porque a faca de dois gumes existe, companheiro, só escolha o lado menos amolado para fincar no seu cérebro. Basicamente o que falta é abrir de fato os olhos quando pararem em frente à televisão, não se deixem levar pelo comodismo e pela programação vaga e vazia que invadem nossos lares. Protejam suas crianças dessas maquinas massificadoras e não passem muito tempo em frente a elas.
Contudo, como já disse, todo mundo está cansado de ouvir essas recomendações. Por isso, minha solução para hoje é: assistam mesmo tudo que houver de porcaria na TV, amigos, passem dias a fio sem se levantar do sofá, deixando-se guiar, apenas, pelas imagens do aparelho doméstico mais consumido do mundo. Absorvam tudo de inútil e fútil que esse aparelho lhes proporcionem. Queimem a maioria dos seus neurônios. Sim, façam isso. No final, só irão sobrar os que levaram a sério o tão famoso clichê de recomendação, os fortes. E não, eu não sou drástica. É só a lei de Darwin, amigos, só a lei de Darwin.

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